Investigação aponta para esquema envolvendo empresas ligadas ao PCC e agentes públicos em contratos de terceirização
por Marina Milani
Publicado em 16/04/2024, às 09h18
O Ministério Público de São Paulo lançou nesta terça-feira (16) uma operação para desmantelar um grupo criminoso suspeito de fraudar licitações em todo o estado. A ação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), tem como alvo uma organização associada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo informações apuradas, a quadrilha atuava por meio de várias empresas e utilizava artifícios para manipular processos licitatórios, especialmente voltados para a contratação de mão de obra terceirizada por prefeituras em diferentes regiões. O esquema contava com a participação ativa de agentes públicos, incluindo vereadores, que facilitavam as práticas ilícitas em troca de benefícios pessoais.
Os contratos fraudulentos, que não tiveram os serviços específicos detalhados pelo MP, totalizam uma quantia expressiva, estimada em mais de R$ 200 milhões ao longo dos últimos anos. Para desarticular o esquema, foram expedidos mandados de busca e apreensão em 42 endereços e outros 15 de prisão temporária, todos autorizados pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos.
A operação, denominada "Fim da Linha", contou com a participação da Polícia Militar, resultando na prisão de diversas pessoas, incluindo vereadores de municípios como Santa Isabel, Cubatão e Ferraz de Vasconcelos. Até o momento, 14 indivíduos foram detidos, enquanto um mandado de prisão ainda está pendente de cumprimento.
As investigações apontam para a existência de simulação de concorrência entre empresas parceiras ou vinculadas ao mesmo grupo econômico. Além disso, há indícios consistentes de corrupção envolvendo agentes políticos e servidores públicos, além de diversos outros crimes, como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
Esta operação surge pouco após outra ação do GAECO, que resultou na prisão de dirigentes de empresas de ônibus da capital paulista, também associadas ao PCC. Os promotores afirmam que as empresas Transwolff e UPBus eram utilizadas para lavar dinheiro proveniente da organização criminosa.
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